sábado, 24 de fevereiro de 2007

POR QUE PASSOS?

Não tenho ainda documentos que confirmam toda a história que vou contar, portando devemos considerar grande parte dela como lenda. Ao divulgá-la tenho a esperança de conseguir pistas que me levem a fontes de pesquisas que possam confirmá-la em parte ou no todo, contando com a colaboração dos Piantinos.

O relato que se segue ouvi de meu pai Jocílio Piantino; parte dele, ouvi de meu avô Gioachino (Joaquim) Piantino.

O primeiro Piantino a emigrar em 1891 foi Carlo Luigi Piantino, filho do Patriarca Giovanni Piantino. Veio direto para São Paulo onde tinha um contato: um italiano que trabalhava como empreiteiro de obras na capital paulista.

Um contratempo já relatado neste Blog levou Carlo até o Uruguai; retornou depois iniciando seu trabalho no Brasil (história confirmada pelas duas certidões de desembarque de Carlo Piantino fornecidas pelo Memorial do Imigrante). Ganhando a confiança do Empreiteiro italiano, Carlo passou a supervisionar pequenas obras no interior de São Paulo.



Vendo que o trabalho era farto e promissor no setor de obras, Carlo, com o apoio do conterrâneo, chamou dois de seus irmãos (Giuseppe e Gioacchino) que chegaram ao Brasil em 1892, e passou a trabalhar por conta própria.

De cidade em cidade executando obras e fazendo reformas e ampliações na área da construção civil, usando técnicas ainda não dominadas no país, ensinadas por seu pai Giovanni Piantino que era especialista em concreto armado (Muratore), chegaram à região próxima a Passos (Ribeirão Preto, SP e depois Cássia, MG).

Em junho de 1.899, a Mesa Diretora da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário decidiu construir o frontispício (fachada principal) e as torres da Igreja do Rosário, construída em taipa.



Os membros da irmandade tomaram conhecimento de uns italianos que estavam realizando obras em alvenaria e concreto, técnicas modernas a época, em Cássia, MG. Os contataram e os contrataram para a execução das obras programadas para a Igreja do Rosário.

Carlo, Giuseppe e Gioacchino, mais alguns italianos que trabalhavam com eles, vieram então para Passos para executar as obras contratadas pela irmandade do Rosário, projetadas pelo arquiteto Camilo Provenzano.

Conta a lenda que ao término do serviço, quando do pagamento da empreitada, os membros da Irmandade informaram que para o pagamento eles tinham uma parte em dinheiro e o restante seria apurado com a venda de uma casa. Caso os italianos quisessem poderiam ficar com a casa.

Os irmãos puseram-se de acordo e ficaram com a casa o que possibilitou trazer para o Brasil o restante da família: O pai Giovanni, então viúvo, a irmã Maria, os irmãos Giovanni (João), Quinto e Pietro (Pedro), bem como a esposa de Giuseppe que ficara na Itália, Giuseppa Quaregna Piantino (tia Pinota).

Por isso, segundo a lenda, a família Piantino se fixou em Passos no final do século XIX. O Patriarca Giovanni Piantino aqui morreu; todos os seus filhos, menos Giuseppe, aqui se casaram; todos aqui se tornaram independentes montando seus próprios negócios e todos no Brasil viveram e morreram, sem nunca ter voltado à terra natal.

Uma história da qual fui testemunha com meus 13 anos. Por volta de 1953, sob pressão dos vizinhos, alegando que suas torres eram inseguras e que poderiam ruir, resolveu-se demolir a centenária Igreja do Rosário. Meu avô Gioachino (Joaquim) Piantino riu, dizendo: - “As torres não caem nem com terremoto; vão ver só a trabalheira que vai dar na hora de derrubar”. Não deu outra.

Para referência dos mais novos (ou menos idosos), a Igreja do Rosário estava localizada na atual Praça Geraldo da Silva Maia no terreno onde está hoje o prédio principal da Prefeitura Municipal de Passos.

FONTES: Álbum de Passos de 1920, História de Passos (Vol. 1), Memorial do Imigrante e Projeto Imigrantes.


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

RESTOS MORTAIS DE GIOVANNI (JOÃO) PIANTINO


Os restos mortais do Patriarca da família Piantino originária de Passos, MG, onde os descendentes de Giovanni Piantino e de Teresa Borri Piantino se radicaram no final do século XIX, encontram-se no Cemitério de Passos.

Giovanni (João) Piantino, o Patriarca da Família Piantino, está sepultado no túmulo da Família de seu filho Carlo (Carlos) Piantino situado na Rua Três, Lado Direito, Número 42, do Cemitério Municipal de Passos, localizado no Bairro Vila Rica, na Avenida JK nº 633.

Pelas cópias dos documentos que tenho, relativos a Giovanni Piantino (Certidões de Casamento e de Óbito), e a pela Placa no túmulo em que ele está sepultado há divergências quanto ao dia de seu falecimento e ao ano de seu nascimento.

Ano de Nascimento: A Certidão de Casamento diz que Giovanni Piantino casou-se em 7 de janeiro de 1.862 com 29 anos de idade, portanto, nasceu provavelmente em 1.832 (ou em 1833 se nascido entre 1 e 7 de janeiro). A Certidão de óbito diz que ele faleceu em 10 de agosto de 1.908 com 70 anos de idade, portanto, teria nascido em 1.838 (ou 1837 dependendo do dia e mês do nascimento). Obviamente a Certidão de Casamento é mais confiável porque emitida na presença do interessado.

Dia do Falecimento: Certidão de Óbito diz que Giovanni Piantino faleceu no dia 10 de agosto de 1.908 e a placa no túmulo onde está sepultado diz 8 de agosto de 1.908. Há um divergência de 2 dias. A data indicada na Certidão de Óbito é a mais provável porque informada na época do falecimento, enquanto que a placa foi confeccionada, aparentemente quando da reforma do túmulo, muitos anos após a morte de Giovanni Piantino.