sexta-feira, 16 de março de 2007

TIO QUINTO


Dos sete filhos do Patriarca Giovanni Piantino, tirante meu avô Gioachino (Joaquim) Piantino, conheci pessoalmente dois deles: Pietro (tio Pedro) e tio Quinto. Chamava-os de tio imitando meu pai.

Um deles foi uma pessoa marcante na minha infância pelo exemplo e competência no trabalho, sempre bem feito e com muita dedicação. Foi o tio Quinto.

Construtor de mão cheia, como diria minha mãe, tio Quinto foi o responsável pela construção da casa de minha família, situada à Rua Deputado Lourenço de Andrade nº 644 em Passos.

Morávamos ao lado da construção. Eu, com meus 10 anos, acompanhei a obra desde as fundações. Aliás, fundações que me impressionaram. Naquela época o alicerce era feito de pedras socadas no fundo das valas. Usava-se uma ferramenta apelidada, não sei porque, de “chocolate”: um cabo de ferro maciço com um cilindro abaulado na ponta, também de ferro maciço, pesado pra caramba. Socando com o “chocolate” abriam-se buracos cilíndricos que eram preenchidos com pedras, também socadas. As pedras só eram colocadas no buraco após inspeção do tio Quinto.

Depois de abertos vários buracos, o operário chamou tio Quinto, perguntando se podia colocar as pedras. Ele olhou e disse “soca mais”. O servente ficou puto e, quando viu tio Quinto pelas costas, resmungou: “este italiano tá doido”.

No terceiro buraco o “chocolate”, cujo cabo tinha mais de metro e setenta, afundou, desaparecendo. “Cava em roda do buraco”, disse tio Quinto; depois de algumas “enxadãozadas” apareceu uma grande loca de um antigo formigueiro. O mesmo aconteceu em vários buracos ao longo do alicerce.

O homem do “chocolate”, depois do achado da primeira loca, disse baixinho: “O danado desse italiano sabe das coisas, sô”.

A lição de um homem simples, mas sábio e competente, serviu-me pro resto da vida. Se se propuser fazer algo na vida, faça o bem feito ou nem começa. A experiência de tio Quinto indicava que poderia haver velhos formigueiros no terreno. Não apareceu nenhum nas primeiras socadas. Se não houvesse insistido, com certeza o prédio não cairia, mas apareceriam muitas trincas, desvalorizando o imóvel.

Pela experiência, competência e dedicação de um profissional consciente de suas responsabilidades, um prédio pesadão, porque construído com paredes de um tijolo e meio, está lá até hoje, depois de 57 anos, firme e rijo, sem uma trinca sequer. E pelo que vi da base, pode receber mais dois andares sem qualquer problema.

FOTO enviada por Celso Piantino.

quarta-feira, 14 de março de 2007

ATÉ QUE ENFIM!


Recebi a primeira colaboração de parentes para o BLOG. Confesso que já estava desacorçoando de continuar. A colaboração recebida hoje me animou.

Quero agradecer ao Celso Piantino a valiosa colaboração, enviando fotos de Gaglianico e de seus familiares. Celso Piantino é descendente de Quinto Piantino e Júlia Cintra Piantino.

Obrigado Celso, espero mais colaborações como a sua, que irão enriquecer o BLOG que não é só meu, mas de todos nós Piantinos.